quarta-feira, 4 de maio de 2011

ViDa...S2

Definitivo, como tudo o que é simples. Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram. Das expectativas que criamos. Por que alguns sofrem tanto por amor? O certo seria não sofrer, apenas agradecer por ter conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz. Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido juntos e não tivemos, por todos os shows, livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade. Sofremos, não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar. Sofremos, não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender. Sofremos, não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada. Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar. Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso:

Se iludindo menos e vivendo mais! Vivendo o presente ao invés de querer fazer o tempo parar e voltar atrás, lamentando o que não aconteceu ou deixou de acontecer no passado. Não culpe ninguém por seus sonhos não realizados. Assuma total responsabilidade por sua vida e aceite as conseqüências naturais dos riscos que decidiu correr na sua busca pela felicidade. A vida não oferece garantias, apenas possibilidades. Usufrua o que puder obter, agradeça pelo que usufruiu. Siga em frente buscando por novos caminhos e possibilidades sem parar no caminho para se lamentar ou arrepender do que não aconteceu exatamente do jeito que gostaria.

A dor é inevitável. O sofrimento é opcional.

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