sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Noninha....



Boa noite Nona...
Mais uma vez estou escrevendo; porque me faltou o sono;
Também porque me bateu a saudade de ti Nona, muitos pensam que a solidão é privilégio dos idosos, mas nesta carta eu estou provando que não.
Nona, eu tentei dormir, rolei na cama, mas o bendito sono não apareceu...já é madrugada e faz um calor escaldante,  agora eu senti saudades do sítio, da sua casinha, do cheiro tão peculiar de tudo lá, das rodas de chimarão, do seu café, do seu pão com manteiga, sempre preparado com tanto carinho para me receber.
Ah! Noninha...como uma casa grande pode ficar tão pequena?! A ponto de não me caber dentro dela?! A música já não me relaxa mais...a minha cama parece cheia de espinhos...
Pena que eu não tenha asas, para voar até você agora. Para um último adeus. As vezes eu queria só ouvir um pouquinho a sua voz de novo... te contar as novidades pra ouvir algum conselho sábio, sabedoria imbatível que os seus mais de 90 anos de vida e mais todas as outras vidas te proporcionaram, te apresentar meu namorado pra que você fizesse algum dos comentários tão seus... "cuida bem dela viu, essa guria vale ouro!", a sua independência mesmo que doente e supostamente devendo depender de alguém, a sua curiosidade em aprender tudo que fosse novo,  a sede de vida que sempre teve, a disposição, por exemplo de andar até o jogo de “bolãozinho” no clube de mães nos sábados a tarde, ou qualquer dessas coisas, Nona... ou nada disso, talvez só ver seu rosto e os olhinhos azuis de novo... Ouvir você me chamar de "Pupina"...
Talvez ter a oportunidade de dizer... Nona, eu te amo!! Eu sempre amarei cada segundo de vida que passei ao seu lado! Até Breve nossa rainha, contigo vai toda uma geração, contigo vão as mais lindas histórias! O noninho, a Vó e o Vô lhe esperam com uma grande festa!

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